Entenda Como O Estresse Afeta O Desenvolvimento Fetal

Você sabe quais são os efeitos do estresse durante a gestação?

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Uma pesquisa observou mais de 700 estudos feitos pelo mundo sobre quais são os efeitos que o estresse sofrido pela mulher durante o período de gestação exerce sobre o feto, bem como de que forma o desenvolvimento fetal é afetado em cada fase da sua formação nas condições de estresse materno.

Um dos pontos observados trata sobre o ritmo de crescimento da criança, o que já é afetado ainda quando no útero materno, na fase final da gestação. Ali se nota que quanto mais a parturiente sofre em situações estressantes, mais demorado é o ritmo de desenvolvimento, o que se observa também nos primeiros meses de vida.

Agora, quando nascidos, na época do desmame esse ritmo de crescimento tende a se igualar gradualmente ao ritmo das outras crianças nascidas em situações em que o estresse não seja uma frequente durante sua gestação.

No entanto, quando a gestante sofre com o estresse já no começo da gestação, geralmente o que acontece é um aceleramento do crescimento fetal, o que pode ser como uma resposta do corpo para que a gestação se mantenha até o final, garantindo, assim, a continuidade daquele material genético.

Isso faz com que o feto sofra uma espécie de “reprogramação”, como se, dado a ameaça da continuidade daquela vida, ela tenha seu amadurecimento acelerado, a fim de fazer com que ele também se reproduza mais rápido, fazendo com que, consequentemente, sua expectativa de vida seja encurtada.

Esse é um dado que faz com que entendamos, por exemplo, os efeitos da pobreza sobre o amadurecimento sexual feminino. Dados de pesquisas antropológicas apontam que, em média, mulheres oriundas de países mais pobres, com um IDH mais baixo, cuja mães sofreram estresse no começo da gestação, acabam por menstruar mais cedo.

Já a menstruação precoce aponta, entre outras coisas, que a mulher terá um tempo menor de vida fértil, o que também indica que essa exposição ao estresse afeta o feto em toda a sua vida, inclusive na vida reprodutiva, que acaba por se limitar.

Relação entre o estresse e o desenvolvimento do bebê

De acordo com especialistas ouvidos nessas mais de 700 pesquisas, estima-se que há pelo menos 30 anos que se sabe das relações entre estresse e qualidade de saúde gestacional.

Por conta disso, por exemplo, nota-se que a quantidade de nutrientes que a mãe consome são diminuídos em quantidade de repasse ao bebê, já que o corpo comunica que há maior necessidade de preservar seu funcionamento básico. Isso, infelizmente, faz com que o feto perca peso ou mesmo atrase o seu processo de desenvolvimento.

Outros fatores que são observados também dizem respeito à placenta, que acaba envelhecendo de forma precoce. Isso faz com que, dado seu envelhecimento rápido e acentuado, o transporte de oxigênio e demais nutrientes para o feto seja diminuído.

E se a mãe, em algum momento fuma ou fumou, esse quadro se torna ainda mais grave, uma vez que é mais um fator que acelera o envelhecimento placentário e a qualidade nesse transporte dos insumos essenciais para o desenvolvimento fetal.

O estresse e seus fatores na gestação

Um dos hormônios que o corpo libera quando passa por situações de privação de sono, estresse ou mesmo quando a alimentação não se dá de forma adequada, é o cortisol.

Ele tem efeitos muito nocivos sobre o corpo, criando, inclusive, um processo cíclico. No caso da má qualidade no sono, o que ocorre é que quanto menos se dorme, mais cortisol se produz, o que acarreta em mais dificuldade em sentir sono.

Esse hormônio também dificulta e muito a absorção de nutrientes importantes, bem como vitaminas e minerais essenciais para a saúde do bebê, da mãe e do desenvolvimento pós-gestacional de ambos. No caso da mãe, a exposição excessiva a ele pode criar, inclusive, condições que possibilitam ou facilitam o desenvolvimento de depressão pós-parto.

Qualquer situação de estresse pode fazer com que o feto não se desenvolva corretamente?

As situações de estresse são corriqueiras e inerentes à vida de qualquer pessoa. No caso de gestantes, entendemos que todas as situações que são a elas colocadas podem levar a picos ainda mais elevados, dadas as condições hormonais, situacionais e ainda as de ambiente, que tendem a mudar drasticamente nesse período.

Aqui vale falar que não são esses momentos específicos e pontuais que fazem com que o desenvolvimento fetal seja comprometido. O que é problemático é a exposição constante a questões que fazem com que a saúde mental da gestante seja comprometida, além da sua própria saúde física.

Assim, para prevenir qualquer situação prejudicial, vale garantir espaços de acolhimento e relaxamento para toda a família, criando, assim, um ambiente seguro para a gestante, feto e para todos os ambientes familiares que receberão essa criança.


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