O artesanato é sempre um coringa na decoração. É tendência na moda para todos os cômodos da casa. De acordo com a arquiteta Bianca Camargo Martins, está sendo muito usada, nessa linha, a valorização da arte brasileira. “As peças se encaixam em tudo”, destaca. Vasos em cerâmica, madeira e alumínio escovado, peças em madeira entalhada e esculpida, raspas de madeira, sementes, móveis em madeira de demolição, além dos crochês, bordados e patchworks em mantas, cortinas, redes, passadeiras e tapetes integram a produção nacional. “A maior parte dos trabalhos da vem de Minas Gerais, mas temos muita coisa do Nordeste, Santa Catarina e Rio Grande do Sul também”, destaca Muriel Degraf Prestes, proprietária do Armazém Chica Benta.
Com mais de 500 peças artesanais, os itens de decoração partem de R$ 7, que são pequenos vasos em alumínio, ramos de flores, porta velas, copos e garrafas coloridos e outros produtos pequenos feitos em vidro ou cerâmica. Já as mais caras são as mantas em crochê linear, feitas à mão, que chegam a R$ 460. Além disso, os móveis, que são os armários, jogos de mesa, bancos e aparadores que podem custar cerca de R$ 4 mil. E também são peças coringas, por exemplo, os armários já foram vendidos para serem postos como cristaleiras na sala de estar, como estante para livros na sala, como armário para alimentos na cozinha e até como sapateiras.
“Os móveis são do estilo colonial, feitos com madeira de demolição, com acabamento refinado”, detalha Bianca. As peças têm sinais de que foram usadas como chão, paredes mais velhas, mas que foram tratadas, restauradas e com acabamento minucioso. “Elas têm detalhes mais delicados do que os móveis rústicos, e são peças que podem ser mescladas com móveis mais modernos em todos os ambientes da casa, pois trazem um apelo mais retro à decoração, sem trazer aquele peso dos rústicos”, fala Bianca.
Os aparadores, por exemplo, podem ser postos nas churrasqueiras, e até no banheiro, cozinha ou corredores. “O artesanato traz o detalhe que faz a diferença, mas ele deve ser usado para ‘pincelar’ o ambiente, e não encher a casa para ficar parecendo a ‘casa da vovó’”, compara.
De acordo com Bianca, ainda há preconceito quando o assuno é artesanato. “As pessoas relacionam com peças feias e antigas, mas isso já está mudando e o artesanato tem feito toda a diferença na decoração, até porque hoje traz peças exclusivas, a produção nunca fica idêntica, diferente da produção industrial, há detalhes que sempre serão únicos, e as pessoas têm buscado por essa exclusividade”, termina Bianca.