Você já deve ter ouvido falar em alimentos com probióticos. Em várias ocasiões eles foram defendidos e recomendados por nutricionistas, nutrólogos, musas fitness e gurus da boa forma. Entretanto, como é o caso de outras modas passageiras no mundo da alimentação saudável, os probióticos já estão tendo sua utilidade questionada tanto por pesquisadores quanto por médicos. Quer saber de uma vez por todas se os probióticos funcionam mesmo? Vem com a gente!
O que são probióticos e onde encontrá-los
Em qualquer dado momento, existem bilhões de bactérias habitando nosso corpo. A maioria delas é inofensiva ou benéfica, e apenas algumas, que são estranhas e fazem mal ao ser humano, causam doenças. Os probióticos são algumas dessas bactérias do bem que vivem no nosso intestino.
Os probióticos melhoram tudo o que tem a ver com a saúde do intestino, desde a absorção dos nutrientes até o fortalecimento do sistema imunológico. Eles também ajudam na cura de doenças como candidíase, hemorróidas, colite, inflamação intestinal e infecção urinária. Há inclusive relatos de pessoas que sentem alívio nas reações à quimioterapia e radioterapia quando ingerem probióticos.
Vários alimentos já possuem probióticos naturalmente. Entre eles podemos citar aqueles que ficam em conserva como parte da receita – isso inclui picles, chucrute, alguns queijos e coalhada. Nestes casos, o cultivo das bactérias é feito de maneira controlada por quem prepara o alimento.
Outros alimentos, denominados também probióticos, têm as bactérias acrescentadas durante a fabricação. Alguns exemplos destes alimentos são o leite fermentado tipo Yakult – sim, os lactobacilos vivos são exemplos de probióticos – e iogurtes como o Activia.
Também é possível comprar probióticos em cápsulas parecidas com vitaminas. Tomá-las é mais prático que procurar alguns alimentos exóticos, mas ao mesmo tempo as cápsulas podem ser uma opção mais cara.
O que um médico tem a dizer sobre os probióticos
Isso acontece com qualquer tendência alimentar: após o aumento e difusão do consumo da substância, pesquisas científicas são feitas e diversos profissionais são consultados. No caso dos probióticos, os médicos recomendam cautela no consumo.
O pesquisador Jack Gilbert publicou recentemente um artigo alertando para as poucas evidências que existem comprovadamente acerca dos benefícios da ingestão de probióticos. Jack Gilbert alerta para a falta de estudos concretos e controlados sobre os efeitos dos probióticos no organismo, tanto em curto quanto em longo prazo.
Em 2016, um grupo de pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, reuniram diversos estudos feitos ao redor do mundo sobre a ingestão de probióticos. Além de chegar à conclusão de que os estudos sobre o assunto não são bem feitos, os pesquisadores descobriram que a maioria dos estudos não aponta para melhorias significativas da saúde com a ingestão de probióticos.
Da mesma maneira, outros médicos apontam para uma falha no entendimento do mecanismo da digestão que impede que as bactérias façam o efeito desejado. Durante o processo digestivo, o alimento passa por diversos órgãos e entra em contato com ácido, que é capaz de destruir algumas bactérias. Assim, a pessoa até ingere os probióticos, mas eles não chegam vivos ao local onde agiriam, que é o intestino.
Outro problema apontado por médicos e especialistas em engenharia de alimentos é a pouca fiscalização nas indústrias alimentícias brasileiras, o que faz com que fraudes sejam comuns. Nestes casos, um alimento pode muito bem dizer em seu rótulo que tem certa quantidade de probióticos, mas na realidade ter quantidades muito menores ou até nulas das bactérias. Desse modo, não há benefícios ou os benefícios demoram a aparecer.
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Não podemos nos esquecer de que algumas pessoas desenvolvem reações alérgicas à ingestão prolongada de probióticos. Isso pode acontecer por causas diversas, inclusive pelo fato de que algumas empresas que vendem cápsulas na verdade usam outras bactérias em sua composição, e não apenas aquelas que são benéficas para a flora intestinal.
Por isso, os médicos recomendam que, se você quiser mesmo consumir probióticos, procure-os em alimentos, de preferência naturais, e nunca em cápsulas. A praticidade neste caso pode custar caro. Se você notar melhora no funcionamento do seu organismo, ótimo! Mas não se esqueça de que cada pessoa é única, assim como a reação de cada um aos probióticos.
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