O artesanato brasileiro ganhando cada vez mais o mundo para apresentar novidades, neste caso, com o trabalho da lã de carneiro, peças feitas na madeira e uso de sementes.
Veja a reportagem da Agência Sebrae de Notícias:
Um grupo de 15 artesãs apresenta em setembro peças genuinamente nacionais na sede da Organizações das Nações Unidas. Devido à sua rica produção artesanal, o Brasil foi escolhido pela ONU para a exposição nos Estados Unidos. A mostra será realizada durante a realização da Assembleia Geral, que reúne chefes de Estado.
Inovação, impacto social e criatividade foram alguns dos critérios utilizados no processo de seleção do grupo, que se caracteriza por forte qualificação, com acompanhamento, inclusive, do Sebrae. Além de consultorias para ajudar na estruturação do negócio, a instituição capacitou as artesãs em design e formação de preço, por exemplo. Além disso, o Sebrae também facilita o acesso a feiras e eventos especializados.
“O artesanato é uma das maiores expressões culturais do povo brasileiro. Possui grande importância para o desenvolvimento econômico e ainda possibilita a inclusão social pela geração de trabalho e renda do Brasil. As micro e pequenas empresas e os microempreendedores individuais são praticamente os responsáveis pela totalidade do mercado artesanal brasileiro, tanto da parte de quem produz, quanto da parte de quem vende”, afirma o presidente do Sebrae nacional, Luiz Barretto.
A exposição faz parte do projeto Mulher Artesã Brasileira, uma iniciativa da Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Sebrae, Associação Brasileira de Exportação do Artesanato (Abexa) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A expectativa é que o número de visitantes supere dez mil pessoas.
Sofisticação com sementes e madeiras
A artesã carioca Mônica Carvalho aposta na sustentabilidade e beleza de materiais como fibras, sementes e madeira para criar objetos sofisticados, a exemplo de móveis, objetos de decoração, luminárias, espelhos e biojoias. A originalidade é reforçada com a mistura de sementes da Amazônia, como a jarina, também chamada de marfim vegetal, ou de madeiras como tucumã, com outros materiais – prata, ferro ou tecido. “Presto atenção até em galho de árvore caído. Acho que tudo pode virar arte”, completa Mônica.
Formada em Letras, ela já foi professora de inglês, tradutora e intérprete e há 13 anos decidiu se dedicar integralmente ao artesanato. Mas, antes de lapidar seu talento, Mônica estudou teoria da arte no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; no Metropolitan, em Nova York; e no Louvre, em Paris.
Acessórios feitos de lã de carneiro
Para driblar a crise da ovinocultura e evitar o êxodo rural, a gaúcha Elza Pozzobon Noal arregaçou as mangas e juntou um grupo em torno do artesanato. O trabalho começou na década de 70 e não foi fácil, mas hoje a dona de casa é reconhecida como líder rural. A lã, antes usada para fazer mantas de cavalo, ponchos e cobertores para a família, transformou-se na principal matéria-prima para confeccionar cachecóis, colares e casacos.
Para participar de feiras regionais, o grupo de Uruguaiana e região recebeu capacitação do Sebrae e formatou uma coleção orientada pelo designer Renato Imbroise. Esse trabalho, que incluía até tramas sofisticadas de brincos e colares feitos com crina de cavalo, rendeu um convite para a Fashion Business, maior evento de negócios do Rio de Janeiro. Em solo carioca, as artesãs foram convidadas para expor na Rússia.
A produção ainda é pequena e a exportação, sazonal. No entanto, hoje, aos 70 anos, Elza se orgulha de ter transformado a cooperativa Lã Pura em uma fonte de sustento para os artesãos e suas famílias, entre 22 associados e 50 beneficiados indiretamente.
Fonte [Agência Sebrae de Notícias]
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