Os ceramistas Marajoara desenvolveram um dos estilos cerâmicos mais sofisticados da Pré-História das Américas. A maioria dos vasos e objetos datam de 600 a 1200 depois de Cristo.
Atualmente, objetos cerâmicos inspirados no estilo Marajoara são produzidos por artesãos paraenses para venda. Os ceramistas são na maior parte dos casos descendentes de índios (caboclos) e mantêm uma tradição de produção cerâmica que vem sendo passada de geração em geração.
A cerâmica marajoara é geralmente caracterizada pelo uso de pintura vermelha ou preta sobre fundo branco.
Uma das técnicas mais utilizadas para ornamentação desta cerâmica é a do champlevé ou campo elevado, onde são conseguidos desenhos em relevo por meio de decalque de desenhos sobre uma superfície alisada e escavando em seguida a área sem marcação.
Entre os motivos de decoração mais comuns encontrados nesta cerâmica estão animais da fauna amazônica, como serpentes e macacos, a figura humana e figuras antropozoomórficas. Tendo em vista o aumento a sua resistência do produto final eram agregados antiplásticos ou tempero na argila, dentre os quais cinzas de cascalho e de ossos e concha. Antiplástico ou tempero são termos que se utiliza para designar os elementos, como por exemplo, cacos, conchas moídas, cascas de árvores queimadas e piladas, espículas de esponjas, areia, etc. que são acrescentados na argila para torná-la mais resistente evitando que se quebre durante o processo de fabricação de um artefato.
Depois de modelada, a peça era pintada, caso o autor o pretendesse, com vários pigmentos, existindo uma abundância de vermelho em todo o conjunto encontrado, e somente depois cozidas numa fogueira a céu aberto. Após a queima da cerâmica, esta era envernizada, propiciando à peça um aspecto lustroso. São conhecidas cerca de 15 técnicas de acabamento das peças, revelando um dos mais complexos e sofisticados estilos cerâmicos da América Latina pré-colonial.
Os artefatos mais elaborados eram destinados ao uso funerário ou ritual. Os artefatos encontrados que demonstram uso cotidiano apresentam decoração menos rebuscada.
É dificultado o resgate de peças de cerâmica marajoara pelas inundações periódicas e até pelos numerosos roubos e saques do material, frequentemente contrabandeado para território exterior ao brasileiro.
O maior acervo de peças de cerâmica marajoara encontra-se, atualmente, no Museu Paraense Emílio Goeldi. Porém, outros museus e galeria conservam peças de grande valor cultural, como o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, em São Paulo, e o Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral. Museus estrangeiros também conservam espólios interessantes como o Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque.
Entre os mais significativos espólios de cerâmica da região, o Museu do Marajó, criada em 1972, reúne peças de uso cotidiano e de costumes, relacionando-se com o aspecto cívico-religioso da civilização. O museu foi criado com o intuito de promover e dar a conhecer ao público a cultura e a arte de uma civilização já remota.
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